Na Terra do Pai Natal

Cheguei ontem. Sabe bem estar de volta mas ainda é, ao mesmo tempo, um pouco estranho. Agora está pela frente job interviews e o voltar à vida de normalidade em Portugal. Vou andar sem net ate me decidir que tarifário quero logo vou andar sem dizer nada uns tempos. Mas prometo novidades para breve... I hope.

Daqui a duas horas e meia saio para o aeroporto. Está quase a terminar a minha aventura contacto. As depesdidas foram difíceis. São alguns os bons amigos que aqui ficam que eu não sei quando vou voltar a ver. Foram nove meses fantásticos!

Hoje foi a festa de despedida na empresa. Foi muito fixe. Vou mesmo ter imensas saudades disto. Pode ser que volte, para establecer uma parceria com esta empresa, se um dos projectos que tenho se concretizar. Era muito giro mesmo! E ainda recebi uma prenda mesmo muito cool.

Daqui a nada vou para o café de despedida com os tugas e depois vou ao novo complexo de cinemas aqui em oulu (abre hoje) ver o filme do James Bond. A seguir, claro está, segue-se mais borga antes de ir para o aeroporto às 4:30 da matina!

Acabei de chegar a casa. Foi a minha última noite de borga com os amigos todos que fiz aqui em Oulu. Foi mesmo muito fixe e eu sei que vou sentir mesmo muitas saudades desta cidade e dos amigos que aqui fiz. Vai ser muito bom voltar mas é uma sensação estranha deixar a minha vida dos últimos nove meses para trás. Tou filosófico. Efeito das incontáveis caipiroscas que me vieram parar à mão durante a noite!

Vou dormir que amanhã tenho a festa de despedida na empresa e uma série de actividades com alguns amigos durante a tarde.

Ontem de manhã a Schenker's foi a minha casa buscar as caixas e malas para levar para Portugal. O que me suspreendeu foi o peso das coisas 109.84kg. Sinceramente não consigo perceber como. Eu só trouxe 60kg mais ou menos. Não me apercebi que tinha comprado assim tanta coisa aqui. E não mandei tudo pois fiquei com algumas coisas aqui para levar comigo no avião. Ainda bem que a empresa onde estou se ofereceu para pagar o envio das minhas coisas de volta para Portugal uff... uff...

Agora posso fazer o tracking das minhas coisas pelo site da Schenker's. Neste momento as minhas trallhas estão em Turku prontas para embarcar num avião para Portugal.

Simplesmente fenomenal. É a única forma de descrever a sensação de nos atirarmos para um lago gelado! E estando na Finlândia tinha de experimentar isto pelo menos uma vez! Só posso dizer que tenho pena de não ter descoberto mais cedo porque gostava mesmo de poder repetir.

Entrar na água que esta a zero graus custa, parece que nos estão a espetar ferros no corpo, é dificil controlar a respiração e a única coisa que se pensa é em nadar e nadar para se chegar depressa à outra parte do buraco no gelo e se poder sair. Estive cerca de 20 segundos dentro de água que pareceram uma eternidade mas quando saí do lago comecei senti-me a aquecer e a ficar cheio de energia (a adrenalina é uma hormona muito fixe é!).

E depois a segunda vez. Se na sexta-feira escrevi aqui que não sabia como era possível ter de se mergulhar duas vezes, ontem percebi que uma vez só não chega. Era preciso repetir, sentir mais adrenalina a correr. É viciante. Novamente a sensação de feeros a serem espetados no corpo mas da segunda vez foi mais fácil nadar e até se aguenta mais tempo dentro de água.

No fim disto qse não se sente o corpo e há certas partes que ficam pequenas, pequenas, pequenas. Mas depois quando o cpor começa a aquecer eh eh eh

Recomendo e tenho mesmo pena de não ter tempo para poder voltar a fazer isto. Cinco estrelas!

Este domingo, e como última actividade de fim-de-semana, vou fazer uma das coisas que pensamos logo quando pensamos na Finlândia: vou estar confortavelmente numa sauna e depois sair e atirar-me para um buraco no meio do gelo e tomar banho na água gelada do rio. Os finlandeses dizem que esta é uma prática revigorante, que estimula o corpo e deixa os praticantes cheio de energia. Disseram-me que a segunda vez que se vai ao banho que é melhor ainda. E eu só perguntei: segunda? Há uma segunda vez?!! Eu acho que vou é congelar mas tenho de experimentar.

Fui apanhado por um desafio que anda a percorrer alguns blogues. Reza então o desafio:

"Cada bloguista participante tem de enunciar 5 manias suas, hábitos muito pessoais que o diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher 5 outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue".

As minhas cinco taras e manias:

1- Sair de casa e voltar um número infidável de vezes para confirmar se o fogão ou o ferro ficaram desligados. As vezes acontece mesmo de a meio da manhã estar muito bem a trabalhar e lembrar-me: "Sera que desliguei os ditos electrodomésticos?" Resultado: Acabo sempre por ir aflito a casa verificar e perder tempo. Isto explica-se por anos de ter a minha avó sempre a dizer: "Nunca te esqueças de verificar o fogão, o ferro ect ect ect". Obrigado por esta mania vovó :)

2- Sair de casa e deixar as chaves lá dentro. Muitas vezes isso me acontece. Normalmente, e porque já sei como sou, há sempre alguém que tem a chave suplente da minha casa. Mas também já tive que saltar à janela ou chamar os bombeiros para me irem abrir a porta de casa. Aqui na Finlândia já deixei a chave dentro de casa 4 vezes ( e paguei 20 euros de cada vez que tive de chamar a gestão do condomínio para me abrirem a porta...).

3- "O meu telemóvel, não sei dele, perdi-o". Uma das minhas maiores manias é de repente lembrar-me e achar que perdi o telemóvel e ter de verificar em todos os bolsos se está ou não comigo. Esta mania estou certo que os meus amigos sabem bem dela.

4- Uma das minhas maiores manias é achar, que tal como o Marco Paulo, eu canto maravilhosamente bem e passar o dia a cantarolar. Para mal dos ouvidos dos meus amigos e colegas. Pior que esta mania é conjugar a mania de cantar com lembrar-me de canções só porque ouvi uma qualuqer frase ou palavra dita por alguém e, claro, começar logo a cantarolar. Tenho mesmo pena dos ouvidos de quem me ouve mas não consigo evitar.

5- A mania que eu mais gosto: usar sons da banda desenhada quando falo. Sons so tipo: nhac nhac que significa que eu gosto de alguma coisa ou acho alguém giro; chuinf chuinf, uma das minhas imagens de marca para quando quero dizer que não gostei, e até alguns dos meus amigos já apanharam a mania do chuinf chuinf. A mania do Pato Donald como lhe chamam. É o que dá ler muito livros de bada desenhada da disney que ainda hoje adoro e foi das melhores prendas que recebi aqui na finlândia há uns meses atrás: um carregamento de revistas Tio Patinhas e Pato Donald :)

E agora lanço o desafio à Meggy, à Drei, ao Rino, ao João e à Nesca.

Vou inaugurar aqui o tema da minha volta a Portugal. Daqui a 15 dias volto a pisar terras lusas. Dia 25 de Novembro, uma semana mais cedo do que inicialmente previsto, chego a Portugal, passando primeiro pelo aeroporto da Portela em direção ao aeroporto Francisco Sá Carneiro.

Este fim-de-semana tenho de começar a fazer as malas porque no final da próxima semana a empresa que me vai transportar as coisas para Portugal vem buscar as minhas tralhas a casa. Uma coisa muito fixe é a empresa aonde trabalho aqui pagar-me o transporte das minhas tralhas todas de volta. Ainda bem mesmo porque se eu trouxe 53Kg comigo tenho muitos mais kilos para levar de volta. Vai tudo pela empresa transportadora e eu vou ficar apenas com uma mala pequena para por a roupa dos últimos dias. Nove meses depois de ter aqui chegado vou fazer a viagem de volta bem menos carregado.

E por falar em viagem, se eu tivesse ido para os EUA não demorava mais a chegar a Portugal nem teria que apanhar tantos vôos. Para chegar ao Porto aqui de Oulu vou demorar 13h e apanhar quatro vôos diferentes. Haja paciência. Isto porque não há vôos directos entre Portugal e a Finlândia e o ICEP marcou-me a passagem para Lisboa em vez de marcar para o Porto. Como a British Airways não voa para o Porto não pude mudar o vôo. Logo vou ter de ir a Lisboa apanhar um Vôo da TAP para o Porto. Resumindo, vou fazer Oulu-Helsinki-London-Lisboa-Porto... uff, uff só de pensar até cansa!

Hoje de manhã, quando saí para a rua para vir trabalhar, reparei que já ando muito nórdico. Isto porque pensei: Hoje não esta quase frio nenhum, que fixe. E a meio da viagem de bicileta aqui para a empresa, por entre a neve da rua, ate tirei o gorro pois estava a ficar com calor. Qual não foi o meu espanto quando passei pelo termómetro no centro da cidade e vi que estavam quatro graus negativos. Decididamente já devo ter uma costela de finlandes a sentir calor com esta temperatura. Sempre é mais quente que os -15ºC que têm normalmente estado. Hoje é um perfeito dia de "quase verão" aqui em Oulu.

Quando chegar a Portugal acho que vou andar mesmo cheio de calor.

Hoje durante o dia andei a pensar nisto:

- É melhor cair quando está neve do que sem neve. A neve é macia e fofinha e magoa menos que o chão duro. Mas... eu agora só caio porque está neve. Ora bolas, lá se vai a lógica do pensamento.

Acabei de ler um post num blogue que me deixou mesmo a pensar que é por a grande maioria das pessoas pensar assim que a investigação em Portugal está no triste estado que está e que continua a ter que ser suportada por bolseiros de investigação que têm tantos ou mais deveres que qualquer outro trabalhador mas nenhum (ou quase nenhum) direito.

Achei piada especialmente a esta frase que retirei do tal post:

"que um assalariado está obrigado a hierarquia, disciplina, horário e outras obrigações, tendo como contrapartida anual doze salários e dois subsídios. E um “bolseiro”, em princípio, é alguém que desenvolve uma investigação, ou um trabalho, durante um lapso de tempo pré-determinado."

revela um total desconhecimento das actividades de investigação e dos deveres dos bolseiros portugueses. Um bolseiro está obrigado, como qualquer outro assalariado, a cumprir horários (muitas vezes a trabalhar mais do que 12h por dia, sete dias por semana, e sem receber horas extraordinárias), a ter uma disciplina de trabalho e a ser avaliado pelos resultados que produz, a respeitar a hierarquia da instituição aonde trabalha e isto tudo sem ter direitos consagrados ao comum dos trabalhadores, como o direito a dias de férias ou os tão falados subsídios de férias e natal. Para além de não terem direito a muitas outras regalias de qq trabalhador assalariado.

E o que se constata: que os bolseiros trabalham, sem dúvida, mais horas que qualquer funcionário publico; que trabalham mais horas que a grande maioria dos outros trabalhadores; que a investigação em Portugal está suportada por bolseiros que não tendo direitos nenhuns tem muitos deveres cumprir; que em qualquer país de primeiro mundo existe a carreira de investigador, que a ciência é encarada como factor de desenvolvimento, enqto que em Portugal os investigadores são encarados como não trabalhadores. E muito poderia continuar aqui a dizer.

Ao autor daquele post apenas se pede um favor: quando resolver fazer um qualquer post sobre um tema informe-se primeiro antes de o escrever. No seu post revelou uma total ignorância sobre o estado da ciência em Portugal e sobre as condições de trabalho dos bolseiros de investigação. Para além de ficar patente que de nada percebe sobre as obrigações e deveres de um bolseiro.

É que para opiniões de quem nada percebe sobre o assunto já basta a grande maioria dos políticos em Portugal. Depois queixem-se que o país não se desenvolve.

Segundo um programa que está na página da net intitulada My Heritage aqui tenho 76% de semelhança facial com o George Clooney. Vá gajas comecem já a suspirar por mim LOL

Depois de nos registarmos no referido site basta fazer o upload de uma foto e o programa diz-nos com que pessoas famosas somos parecidos. A ver, eu sou o Clooney de Portugal. Vou já mudar o meu BI :P